terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Deixa a Angélica falar de oportunidades.

"No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra."
Carlos Drummond de Andrade


Na vida de muitas pessoas existem pedras no meio do caminho, mas normalmente elas não são empecilho para que continuem a caminhar.
No meu caso é um pouco diferente...
Parei para analisar friamente meu percurso até aqui e vi que deixei muitas pedras no meio do meu caminho me barrarem, por mais que fossem pedregulhos, não os chutei e simplesmente mudei o caminho ou então fracamente dei passos para trás.
Meu percurso virou um círculo vicioso descrito no poema de Drummond e não passou disso.
Mas o que diferencia aquelas pessoas que deixam a pedra no meio do caminho barrar e as que simplesmente passam por cima e seguem em frente? Oportunidades não são, porque para todas as pessoas as oportunidades muitas vezes batem à porta, creio que falta de credibilidade. Sim, falta de credibilidade em si próprio ou puramente medo.
Foi esse meu medo que me fez não acreditar na minha capacidade e deixar as oportunidades passarem.
Todavia uma coisa boa esse medo me trouxe, a vontade de querer chutar as pedras do meu caminho, sejam elas pequenas ou grandes, as escalarei se for preciso, mas não deixarei mais nenhuma oportunidade passar sem que eu tente até o final, isso me trará não um gosto de derrota, ao contrário, me fará crescer.
Crescimento pessoal...todos precisamos disso,faz parte de amadurecimento.



No meio do caminho tinha uma pedra. Não há mais pedra no meio do caminho.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Máscara.


Auto-estima.
Estima alta.
Altos e baixos.
Baixo.
O que é alto, cai, vai para baixo.
Baixo, onde estão os sonhos.
Os sonhos que eram altos, baixaram, cairam e simplesmente não existem.
Sonhos embaixo.
Sob o alto.
Escondendo-se.
Forjando-se.
Atrás dos altos e baixos.
Altos e baixos da auto-estima.
Auto-estima que esconde na verdade, os sonhos que de tão altos, cairam por terra.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Escadas.


Descia as escadas. Coisa tão comum de se fazer, mas algo não foi comum nessa descida.
A pouco teria notado a presença de uma estranha em seu círculo social, ela estava tão deslocada que ficou pouco tempo presente no recinto, tempo o bastante para ele a notar. Notou tanto que enquanto descia as escadas, encontro-a partindo rumo a outro lugar, mas ele não deixou que concluísse seu percurso sem perguntá-la se estava indo embora.
Muito assustada respondeu positivamente, ela queria ir para casa, não havia se sentindo muito confortável naquele meio. Ele com toda sua simpatia puxou conversa, ela muito receptiva, deixou-se levar por aquele momento.
Então conversaram sobre bobagens, mal sabiam que esses minutos de conversa jogada fora lhe trariam um presente...
Ela foi embora, ele finalmente desceu as escadas.
Um ponto de interrogação surge, um gosto de conversa na garganta fica.
O mundo em um "click" e pronto, os minutos de conversa foram o bastante para achar a tal pessoa em meio a um mundo virtual.
Esse mundo virtual tornou-se real e eles decidiram jogar conversa fora mais uma vez. Mais uma, duas, três... outras vezes as conversas foram jogadas foras, o tempo passou e o inevitável aconteceu. A atração pelo sorriso, pelos olhos, pela conversa fora tomando um espaço ímpar que foi impossível não querer-se bem.
Eles queriam-se. Dois estranhos unidos por uma escada tinham mais em comum do que o imaginado.
Eles não conseguiram resistir. Deixaram-se levar pelos sentimentos, pode-se dizer que não sentiam aquilo há muito.
E então roubaram-se. Cada um queria mais um pouco do outro, o outro queria um pouco do um.
Venceram seus medos, suas inseguranças, seus estranhamentos e simplesmente ganharam-se. Ganham-se a cada dia...ganham sempre um dia a mais.
Ele não consegue esconder o brilho nos olhos e ela, não consegue não se apaixonar toda vez que lembra que no meio de tanto desconforto, achou alguém que a notasse em um simples subir de escadas.

domingo, 24 de outubro de 2010

(Des)Preocupações


Jogou todas as cartas fora, não queria mais se incomodar com lembranças.
Aquele gosto de vinho barato também foi deixado de lado, o paladar havia sido banhado com um toque de requinte.
Não queria mais andar pelos mesmos caminhos, muito menos encontrar as mesmas pessoas e fazer aquela pergunta tão banal: Tudo bem?
Ninguém quer saber se o outro está bem. Muito mais fácil então dizer um singelo "oi", além de não mostrar indiferença não esbanja falsa preocupação. Hipocresia é deixada de lado fazendo desse jeito.
Mudou seu guarda-roupa, agora não importa mais o que veste, mas sim se é confortável ou não.
Manda beijo para flores, abraça árvores, pode não ter muito sentido para quem vê, mas para quem faz é apenas um gesto nada rotineiro.
Mudar a rotina faz parte da vida de uma pessoa que resolve viver o hoje sem pensar burocraticamente no amanhã.
Não pergunte as horas, é uma maneira bem fácil de perder mais tempo ainda.
Preocupações já não tem mais lugar essa é uma outra maneira de perder tempo.
Todos os dias quer engolir o mundo como se nunca mais fosse saborear a aurora da manhã.
Foda-se a felicidade alheia, a única pessoa que merece ter a felicidade prestigiada é a própria pessoa.
Evita-se também o falso moralismo e julgamentos. Mas isso já é evitado quando mandamos o mundo se foder.
Dizer o que pensa é uma maneira deliciosa de tirar de si o peso do "achismo".
Abra a boca e feche os olhos, todos os sabores são bem vindos, até mesmo os amargos.
Rir, ridicularmente rir. Quando vemos alguém rindo demais achamos ridículo, mas como não liga para o que as outras pessoas falam, quer mais é ser ridículo.
Quer mais é ser ridículo, ser louco, ser despreocupado, ser solto, ser livre, ser ele sem nenhuma máscara, quer mais é ser feliz. Quer mais é andar por aí, chutando as pedras e balançando os braços, sem nenhum por quê e sem nenhum porem.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Recuperação.

Ele estava ali, quase morrendo. Ninguém acreditava que depois de meses em coma, ainda poderia reagir e dar sinais de que estava lutando para viver, mas estava.
No fundo do coração de quem acreditava, a lembrança dele vivo ainda passava como se estivesse vendo em tempo real.
Havia sido esquecido, mas não completamente, ainda doía lembrar que estava ali de cama, dentro de um lugar onde de vez em quando recebia visitas.
Há quem pense que foram essas visitas esporádicas que o fizeram manter seus sinais vitais.
Resolvi então parar de lembrar e visitar aquele que para mim, tinha sido tão importante.
Quando segurei em sua mão, vagarosamente e com toda a força que ainda lhe restava, apertou firme meu dedo, como se tivesse pedindo ajuda ou um pouco de vida.
Naquele momento, qualquer sinal mínimo de vida já era uma vitória, quando você se depara com algo em estado vegetativo, quer dá-lhe estímulos para reviver.
E foi o que eu fiz, dei-lhe esperanças para reviver.
Aos poucos foi recuperando o brilho e mostrando porque não havia entrado em óbito ainda, ele precisava de outras coisas para que isso acontecece, no fundo, fui eu mesma que não o deixei morrer.
Me passa pela cabeça a culpa por tê-lo deixado naquele estado, mas depois lembro que não tive tanta culpa assim, inúmeros motivos o levaram cair doente.
Mas naquele momento nada importava, queria mesmo era esquecer tudo de ruim, dar forças e motivos para ele continuar o esforço em querer sair do esquecimento.
Sinto medo de que quando ele volte a "estaca zero" tenha sofrido mudanças das quais eu não vou conseguir me adaptar, ou mesmo não ter espaço para mim nesse novo momento.
Porém deixá-lo a ponto de morrer não é o correto a fazer, visto que todas as vezes a angústia de saber que ainda estava ali me dava saudade de tê-lo por perto.
Hoje eu posso dizer que ainda falta muito para que sua saúde e vigor voltem a ser o mesmo.
Ele segue com passos de criança que ainda não sabe firmar os pés no chão, precisa de muito apoio e assim como uma planta, necessita de muito adubo e cuidados para manter-se vivo.
Minha parte estou fazendo, acreditando mais uma vez que ele pode me fazer feliz.
Posso dizer que ele está vivo, recuperando-se dos machucados e com todo meu apreço.
O amor está de volta depois de quase falecer, caminhando com passos de esperança.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A flor.

Quando a mãe e a família souberam que iria vir ao mundo uma menina, nada mais típico do que comprar tudo rosa e esperar noite e dia para ver o rosto daquela que seria a princesa da família por um bom tempo.
Tudo seguiu seu rumo, a bebêzinha cresceu e virou uma menina, toda enfeitada, rodeada de bonecas, brinquedos que traziam o mundo adulto em miniatura, laços, vestidos rosas, flores...tudo aquilo que é sugerido ao universo infantil feminino.
Mas ela não era uma menina muito padrão. Quando a mãe viu que não adiantava colocar saias, vestidos e "frufrus", deixou ser como a filha queria.
As bermurdas tomaram o lugar das saias, as camisetas largas tomaram o lugar das blusas com rendas e o cabelo demoraria a ficar solto, a menina que foi criada tão tipicamente queria era mais brincar e andar como um menino!
Subia em árvores, tirava a roupa para nadar no rio, desafiava os meninos no jogo de bolinhas de gude, ganhava as partidas de tazzo e aos poucos foi se desapegando do universo feminino. Se sentia mal quando ia pular corda e via que era a mais descordenada da turma. Resolveu que ia jogar futebol, pular muros, comer frutas em cima da árvore, nisso sim ela era boa!
Mas seu corpo obedeceu a natureza e começou a tomar formas de mulher. Ela foi a primeira a desenvolver seios, mas estavam tão escondidos embaixo da camiseta larga, que ninguém, além de sua mãe e sua avó, havia notado a existência deles. Sua avó insistia que tinha que usar sutiã, mas a menina moleca queria mais era saber de soltar pipa. Enquanto as outras queriam saber de dar o primeiro beijo.
Mas não demorou para alcançar a adolescência e sua feminilidade aflorar, via-se nitidamente que embaixo daquela marra toda estava por vir uma mulher linda.
Mudou de colégio, saiu da bagunça da escola pública e "caiu de gaiato" em uma escola particular.
No começo ainda era nítida a diferença entra a menina desajeitada e as outras, o uniforme era o mesmo bermuda azul e blusa branca, que ela adorava, diga-se de passagem, pois ela podia usar o bermudão e blusa larga que tanto gostava, mas enquanto as outras meninas prendiam os cabelos com lacinhos rosas, tênis coloridos, cadernos de bichinhos, a nossa menina quase mulher ainda queria tudo do mais básico e tênis preto.
Mas o tempo passou e a menina foi tomando mais formas de mulher ainda, sua beleza já era difícil de esconder, suas roupas, começaram a não ser tão largas, nem tão azuis, seus cabelos começaram a ser presos de maneira diferente, os perfumes foram ganhando espaço, as maquiagens e consequentemente, o interesse dos meninos começou a ganhar espaço na vida daquela que estava finalmente virando uma bela mulher.
E o botão de rosa abriu, exalando seu perfume, sua graça e suas qualidades.
A menina que antes tinha interesse em apenas coisas que não pertenciam ao seu universo, passou a querer invadir o universo que desde antes de nascer lhe esperava.
O espelho já não era apenas o seu reflexo sem graça, ele virou seu aliado e refletia o quão mulher ela havia tornado-se.
Então como era esperado, o que estava dormindo despertou.
Como uma mulher apaixonou-se e desde então esqueceu como era ser um menino, a não ser pelo lado brincalhão que nunca deixou de ser seu ponto forte.
Ainda tenta lembrar como era a época "masculina" para entender o que passa na cabeça dos homens, mas já não quer ser um.
Hoje ela é uma mulher em todos os sentidos e com sua feminilidade flori os cantos que passa e vive tua vida com o toque sutil que só uma flor possui, mas nunca esquecendo que sua alma de menino dá base para continuar a ser uma eterna criança.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Apenas mais um dia de chuva.

Ela queria apenas se enfiar no meio de seus braços e sentir todo aquele fogo que insiste em queimar.
Pensar não é mais suficiente, ela quer fazer o encontro dos dois universos tão distantes, quer torná-los um só.
A menina que antes se contentava em palavras e promessas de amor agora quer pele, quer gosto. Não há nada mais superficial que palavras, não há nada mais concreto que corpo.
A mulher que surge insiste em querer o que não pode ter, insiste em querer ser a única mulher capaz de tirar o centro do desejo alheio.
Desejos aqueles tão palpáveis quanto nuvens. Não importa! Ela os quer porque para ela o céu é apenas o início, não o limite.
Prender essa mulher seria como cortar as asas de um pássaro, seria cometer um pecado dos mais condenáveis.
Deixe-a alcançar o infinito, que se tornará finito no cheiro daquela nuca.
Não importa quantas vezes mais ela terá esse cheiro, e se terá, ela apenas quer recordar o porque desejava tanto.
E as sensações comparadas a recordação daquele cheiro, são apenas pingos de orvalho, ela nem liga, quer mais é que chova para lavar a alma.
A chuva lembra as tardes na rede, em que não tinham nada para fazer e ficavam ouvindo a música da chuva caindo na piscina.
Mas dane-se o passado, o presente, o futuro, a menina que era tão sonhadora, que ansiava todas as coisas do mundo agora só quer uma, apenas mais um dia e não é qualquer dia, ela quer um dia para saber se todos os outros dias ela vai querer sentir-se igual. Não importa o que aconteça, ela apenas quer saber o que vai sentir, o quão diferente, ou igual, vai ser o sentimento. Como ela será, se voltará a ser a menina ansiosa ou apenas uma mulher sem ambições.
Enquanto o dia não chega, ela volta a querer o fogo, que pode não arder tanto quanto ela imagina e que causará mais marcas, além das que já possui.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Relógio de dois.


Naquele momento todos os relógios do mundo estavam parados...não os interessava contar o tempo, muito menos saber o que se passava no mundo.
Estavam ali, em um momento único, um momento deles.
Respiravam ofegantes e ouvia-se apenas os suspiros que descreviam paixão.
Cada gota que caia era indecifrável, não sabia se era choro, se era suor, se era saliva...
Tudo misturava-se e aquela bagunça tão harmoniosa mais parecia uma sinfonia.
No ar exalava-se cheiro de amor...o momento era o reflexo do mais puro sentimento.
Nenhuma palavra era dita, mas um entendia o que o outro estava falando, eles se conheciam como ninguém vai um dia conhecê-los.
E naquele instante nenhuma pessoa no mundo interessava, cada um estava na presença da pessoa que mais gostaria de ter por perto. Os dois se bastavam, bastavam os dois para ser um só.
Nada se igualava a batida sincronizada do coração, o mesmo coração que batia bem lento a instantes atrás de tanta saudade.
Ninguém imaginava o quanto se queriam, nem os próprios, superaram todas as expectativas.
Como em um jogo, brincavam de apaixonar-se mais e mais, perdia aquele que amasse menos, porém conseguiam manter um equilíbrio para ninguém sair perdendo, eles queriam mais era ter a certeza da paixão de ambos e se ganharem, sempre!
Perder-se era a regra, então perdiam-se nos beijos, abraços, mãos, perdiam-se naquele sublime momento tão deles para no final achar-se um no outro.
Não havia ponto final, não pensavam de maneira alguma que um dia tudo iria acabar.
Não acabaria porque eles sabiam que não iam sentir aquela explosão de sentimentos com mais ninguém, falando a verdade, nem queriam sentir. Juravam amor eterno. Mas como já dizia Renato Russo: "O pra sempre, sempre acaba."...e acabou...
Porém os sentimentos, sensações, promessas, isso não acaba...
E agora eles são uma alma em dois corpos, vagando...lembrando de todos os momentos em que o tempo parou...
Agora cada um interessa-se em sua própria felicidade, quando na verdade, queriam era ser a felicidade daquele que lhe fazia tão feliz.

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E hoje eu dou início a uma nova fase, uma fase "cronista", eu diria! Rs...
Espero que gostem!
^^

Divulguem, comentem, deliciem-se, enfim...encontrem-se nas palavras e percam-se nos sentimentos!

Beijos e queijos meus queridos!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Deixa a Angélica falar de sinceridade.

Penso que a pior mentira é aquelas que inventamos para nós mesmos, para fugir de uma verdade que está "saltando aos olhos".
Ando mentindo muito para mim mesma.
Quero mentir que estou bem, que não ligo para o que anda acontecendo, que tudo não passa de uma "brincadeira", mas resolvi sentar e analisar o que esse turbilhão de sentimentos está causando em mim.
Sinceramente falando para mim mesma,não estou sabendo lidar com o que aconteceu depois do meu post sobre mudança, coisas que eu não esperava aconteceram e eu, desde então, estou bastante confusa.
Um misto de felicidade com um ponto de interrogação enorme...
E para que vou continuar mentindo?
Por que as pessoas tendem a mentir para esconder o que está explícito na face?
Creio que o social ajuda muito nessa "farça".
Quando o mundo inteiro não apoia sua decisão, suas vontades, seus sentimentos, tendemos a olhar uma segunda vez para as nossas decisões,e esse nosso segundo olhar é tão ou mais crítico quanto aqueles olhares que nos rodeiam, que nos julgam.
Deixamos de fazer muitas coisas com medo dos julgamentos externos, não nos perguntamos se aquilo nos faz ou não feliz, então mentimos para nós mesmos que não queremos, seja o que for querido, a fim de "agradar" os outros.
Mas o que vale mais a pena? Nosso próprio sentimento ou o que os outros falam?
Ninguém sabe o que é melhor para você mesmo, além de você.
Do que adianta estar com o mais lindo sorriso no rosto sendo que ele não é verdadeiro. Pergunto: A quem você quer enganar? A resposta é simples e direta: Engana-se querendo aparentar o que não sente.
O melhor conselho que posso lhe dar, aplicando primeiramente a mim mesma, é tirar essa máscara que esconde teu verdadeiro sorriso e assumir que andou mentindo muito para si próprio.
Deixe os outros falarem, pensarem, apontarem, no final eles vão se dar conta que também estão mentindo, eles com certeza queriam esbanjar felicidade da mesma forma que você vai esbanjar quando fizer o que realmente te faz feliz.
Não minta mais para você mesmo, não esqueça que é essa pessoa, a mais enganada, que vai dividir o travesseiro contigo em todas as noites.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Deixa a Angélica falar de quereres.


Queria me perder no meio de um abraço, mas não de qualquer abraço, queria que fosse fruto de um corpo todo meu, corpo este que eu cuidaria como se fosse desaparecer a qualquer momento mas que na verdade,não desapareceria, pois tudo que este abraço também quereria era sentir o calor do meu corpo na pele do braço.
Queria sussurrar segredos, meus segredos, aqueles que guardo tão somente para os mais importantes seres da minha vida, os seres amados, queria ouvidos amados amando o sussurrar da minha voz a confessar...
Queria olhar para um sorriso, boca e dentes que vão dominar meus sonhos, dentes e bocas que vou acordar e dormir desejando, lábios que vão me experimentar, lábios que não vou esquecer a forma doce de degustar,degustando cada dia mais e mais.
Quero esquecer da vida, lembrando o olhar que me reflete, quero ser a menina dos olhos desse tal olhar.
Quero me encontrar perdida em cheiros, cheiros que sairão dos cabelos, da nuca, da pele, da boca...cheiros mais deliciosos que qualquer começo de chuva encontrando a terra seca.
Quero tocar a pele tão macia que me deixa a sensação de tocar em nuvens. Pêlos, pele e mão...
Quero respirações, suspiros, promessas, brincadeiras, brigas...
Quero, quero, quero...quero tantas coisas que me perco no doce sonho do querer.
Enquanto o ser querido não chega, me perco nos pensamentos que rodeiam meu pré-sono, pensamentos que idealizam os toques, os beijos, as falas, os cheiros...o homem que vou chamar de meu, o tão esperado e querido meu.

domingo, 19 de setembro de 2010

Deixa a Angélica desabafar.

Às vezes penso que perco muito meu tempo com coisas fúteis.
Futilidade das mais diversas.
Perco meu tempo com pessoas que não merecem minha atenção, perco meu tempo lendo coisas que não vão me acrescentar nada, perco meu tempo fazendo nada, nada que vá me elevar.
Penso que deveria me dedicar mais a coisas que realmente me dão prazer.
Mas o problema é, quais são as coisas que me dão prazer?
Ultimamente não tenho tido prazer em muitas coisas, tenho preferido ficar em casa sozinha a ter que fazer social e mesmo sozinha me incomodo.
Quanto tempo não sento para assistir um filme, ler um bom livro, conversar com amigos?
Chego à conclusão que estou vivendo uma vida vazia.
Faz tempo que não tenho gosto em fazer alguma coisa, faz tempo que não tenho gosto em mim mesma.
Sinto que estou me esvaindo em falsas promessas. Sinto que já não sou mais a mesma.
As pessoas me parecem muito mais felizes...e eu num mar de sentimentos confusos.
Preciso me focar, focar em algo que me levante, que não faça tudo parecer sem valor, algo que faça rever o meu valor.
Silêncio para pensar...e o que me incomoda é que não acho respostas.
Prendi-me em um mundo de problemas invisíveis, que não me fazem enxergar a verdadeira essência que me trouxe até aqui, ela perdeu-se no tempo, eu perdi-me em meio a futilidades das mais diversas.
Preciso recuperar-me antes que seja tarde demais.
Enquanto isso não acontece, me perco no olhar vago que o espelho reflete e sigo com a interrogação no lugar onde eu queria um ponto final.
E assim seguem meus dias onde acordar e dormir já não tem o mesmo efeito como tinha antes.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Deixa a Angélica falar de mudança.


As pessoas não mudam.
Minha experiência me fez acreditar fielmente nessa frase, mas acredito que elas podem mudar sua maneira de comportar-se frente a situações rotineiras, aprender novas formas de enfrentar o mundo.
Acredito também que isso pode acrescentar coisas boas na vida de quem decide mudar o jeito de se comportar, não apenas a própria vida, mas a vida dos que próximo estão.
Ontem, dentro de um ônibus, voltando para a terra vermelha, pude refletir bastante sobre minha maneira de encarar as coisas, vi que ando bastante antiquada, não me renovo faz um tempo.
Decidi que hoje é a morte de alguns comportamentos.
Estou dando fim a muitas coisas que tinha como certas, não que estivessem erradas, mas no meu contexto social, elas me faziam mal, portanto para mim, estavam erradas.
"Mude, o mundo muda com a sua mudança", isso é exatamente o que irei fazer, não que eu queira mudar o mundo, mas o jeito como o enxergo, como convivo com ele e principalmente o jeito que ele irá me interferir, logicamente o jeito que interfiro nele também, não necessariamente mudar, mas modificar pequenas coisas, já é o bastante.
Pensamentos de derrota me tornaram derrotada, possibilitando que também achassem isso de mim. Tomei o ar da vitória, enchi meus pulmões dele e quero expirar também esse ar, mas para isso preciso me livrar de velhos vícios, velhos olhos e sem dúvida alguma, velhos pensamentos.
O mundo é movimento, por que então estou me condenando a inércia?
Quero transcender meus limites, quero provar a mim mesma que sou capaz do que quiser.
Hoje atesto a morte da preguiça, do limite, do impossível.
Hoje atesto o nascimento das possibilidades, das novas visões, dos novos comportamentos.
Hoje atesto o nascimento de uma Angélica livre, livre de qualquer coisa que deixe-me mal.
Quebro minhas barreiras.
Experimentarei o mundo, o misto delicioso de sensações novas e o prazer que elas me trarão.
Experimentarei não ter limites para ser feliz.
Por que também não ousa?

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E mais uma vez venho agradecer pelos amigos que possibilitam a expansão desse blog, que sempre que me encontram comentam meus posts e também cobram por novos.
Fiquei feliz quando encontrei uma amiga de colégio que mora em Minas me dizendo que está lendo esse singelo espaço tão meu.
Aqui gosto de expressar uma Angélica que poucos conhecem e espero que estejam gostando do que estão lendo e desse meu outro lado.
Obrigada e continuem por aí, rs, vocês são muito importante para o aprimoramento desse Blog.
Beijos e queijos.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Deixa a Angélica falar de impotência

Em um lapso, acaba-se a luz.
- Ela está no elevador!
Foi-se embora qualquer tipo de paz, agora eu só sabia ouvir os gritos e pensar que precisava encontrá-la.
Corri as escadas atrás daquela voz, que cada vez mais me dava um aperto no coração.
-Géééé, cadê você.
A voz não estava em lugar nenhum. Estava dentro do elevador.
Nesse momento, meu coração ficou preso também, queria ter o poder de abrir a porta com as mãos, mas infelizmente vi o quando sou incapaz.
A única coisa que poderia fazer era acalmar. Mas como? Acalmar uma pessoa dentro de ume elevador sendo que também estava nervosa. Use da Psicologia, meu bem.
Fui conversando e devagar os berros foram cessando.
Cessaram-se até demais. Calou-se a voz desesperada que vinha de dentro do elevador.
Esfriei, da cabeça aos pés. Um desmaio naquele momento era mais do que esperado.
Saí correndo, mais uma vez. Dessa vez era para pedir ajuda e não para ajudar.
Não mais do que em minutos, um batalhão de gente, pessoas que ouviram aqueles gritos amendrontados, amontoaram-se para tentar, cada um de sua maneira, ajudar aquela menina que estava presa.
O sentimento de impotência foi me tomando de tal maneira, que parecia que aquilo nunca ia acabar.
Para minha alegria parcial, a voz voltou a pedir ajuda, ela não havia desmaiado. Tinha lutado contra seu próprio medo, mostrando-se mais forte que qualquer pessoa que estava tentando ajudar, mostrando o quanto era guerreira.
Comecei a brincar, soltar piadas, fazê-la rir. Sou especialista em fazê-la rir, mas por mais que estivesse brincando, para alegrar de maneira pobre aquela minha querida amiga, eu estava em prantos por dentro, queria que fosse meu corpo que estivesse preso.
Ligações, tentativas de abertura da porta, nada de luz elétrica, nada de nada. Solidariedade à flor da pele.
Ouço uma sirene, os bombeiros. De certa forma, fiquei aliviada, mas ainda não sabia quanto tempo ainda iria durar, só queria minha amiga nos meus braços.
Um amontoado de gente, que já não estavam ali para ajudar, estavam movidos por um único sentimento: curiosidade.
Abriu-se a porta, através de aplausos e flashes, a pequena refém de quatro portas de ferro foi amparada pelo bombeiro e saiu, radiante, entre lágrimas.
Meu coração acalmou-se, ela estava bem.
Nessas horas eu penso que o desespero mostra o quão impotente é o ser humano e o quanto amo minhas amigas.


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Dedico esse post a menina presa no elevador, que me mostrou que de fraca e indefesa, não tem nada.
Obrigada por ter aguentado firme e ter saido ilesa.



Para uns o elevador não é nada, para esses apenas a vida já se encarrega de ser um elevador fechado.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Deixa a Angélica falar de criança.


Tem uma coisa que preciso compartilhar com vocês.
Ontem estava vindo embora e na hora de atravessar a rua, uma moça e sua filhinha que tinha por volta de 2 aninhos estavam atravessando também, acreditam que a menininha pegou na minha mão para atravessar junto com elas?
Não sei se acredito em destino, em acaso, sinceramente ainda preciso pensar sobre isso, mas aquilo me fez um bem tão grande que resolvi falar de uma das minhas grandes paixões, crianças!
Tenho que confessar que o meu grande sonho é ser mãe, curtir todos os segundos daquele barrigão e depois amar incondicionalmente aquele ser que será tão meu! Mas enquanto isso não acontece e vai demorar para acontecer, vou "curtindo" outras crianças, que não deixam de ser especiais.
Criança é sinônimo de pureza, alegria, doçura...
Fico pensando como pode alguém no mundo ter a covardia de fazer coisas horríveis com seres tão inocentes.
Crianças fazem meu dia melhor, aquele sorriso que não precisa de muito esforço para sair e contagiar o ambiente inteiro, pode ter a certeza de que todos ao redor irão sorrir também.
Saber apreciar uma criança é de certa forma olhar para nossos erros, somos tão maldosos, precisamos ter um pouco mais de pureza que é tão inato nessa fase da vida.
Precisamos brincar mais, não levar a vida tão a sério, sorrir mais, dançar mais, abraçar mais...crianças não sabem ficar sem essas coisas, nós desaprendemos a ser assim.
Olhar para o mundo com olhos de criança, com certeza nos fará mais feliz!
Acho que só consegue quem deixa de lado seus preconceitos, intolerâncias, coisas tão adultas, posso dizer que preferiria ser criança, sou feliz por querer aprender a olhar o mundo com esses olhos.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Deixa a Angélica falar de paixão.

Quem nunca se apaixonou?
É, apaixonar-se, sentir aquele frio na barriga de ansiedade para ver "aquela certa pessoa" e quando vê? Nossa, parece que um vulcão entra em erupção e até faz as pernas tremerem.
Tudo fica mais colorido, tem mais sabor, você sente aquela euforia em simples coisas rotineiras.
Na minha opinião, estar apaixonado é um estado de espírito, porque tudo ao redor muda, você repara mais no céu, na lua, nas pessoas, o sorriso parece ter sido pintado com aquarela no rosto, você sente mais prazer em tudo que faz.
Deliciosa sensação da paixão!
Quando o sentimento é retribuído, as coisas duplicam, são duas pessoas com as mesmas "frescuras". Adoro ser "fresca", adoro me apaixonar...é disso que sinto falta.
Sinto falta de querer bem tudo e principalmente querer que aquela pessoa seja meu bem.
Sem contestações, preciso me apaixonar! Preciso sentir aquele "arrepio na espinha" seguido de um sorriso que "brilha mais que luz refletida no espelho" na presença do querido.
Preciso sonhar com beijos, querer presença, "andar como se tivesse flutuando"...
Quero cuidar dessa paixão, quero que ela floresça e me faça querer apenas continuar apaixonada. Também quero ser cuidada, como se fosse uma criança que merece carinho e atenção o tempo todo, como uma planta que precisa de cuidados para manter-se viva.
Definitivamente a paixão é tudo que quero para mim nesse momento.
Cansei de não ter em quem pensar, para quem olhar, quem esperar...
Cheiros, mãos, beijos, gostos, coração, pés, cabeça, olhos, voz, pele, cabelos, pensamentos...quero me apaixonar por inteira, inteiramente apaixonada.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Deixa a Angélica falar de Chico.


Maldito seja Chico Buarque!
Ao mesmo tempo que parece que me invade, lê meus pensamentos e os coloca para o mundo inteiro ouvir, me deixa vazia com o silêncio que segue quando a música acaba.
Fico pensando em cada segundo da minha tão pequena vida e me questionando de diversas coisas.
Como estou vazia! Estou tão vazia que vejo fotos e não me reconheço. Mas Buarque me faz lembrar o que sinto, mas infelizmente ainda não me mostra quem sou.
É um misto de sentimentos malucos que me fazem querer chorar...
Então por que continuo ouvindo essas músicas?
Sinceramente, ainda sinto que falta algo, as notas, as frases, a voz, me fazem lembrar que falta algo.
Algo, alguém, coisa, o que falta?
Me sinto dentro de um buraco que me faz ficar longe...tão longe que não consigo nem saber onde estou, quanto mais saber o que falta.
Maldito seja Chico Buarque, me faz querer sentir o que está muito bem guardado...faz uma reviravolta nas lembranças...sinto medo disso.
Acho que o que me faz tanta falta são sentimentos que abandonei no decorrer da vida, por mais que os negue, os quero...não querendo querer.
Bendito seja Chico Buarque...não deixa minha essência secar como orvalho nos primeiros raios de sol da manhã, não me deixar esquecer como é sentir, por mais que não queira sentir mais...

"Pretendo descobrir no último momento, um tempo que refaça o que desfez, que recolhe todo sentimento e bota no corpo uma outra vez..."
Chico Buarque

domingo, 15 de agosto de 2010

Deixa a Angélica falar de expectativas.

Queria entender por que criamos expectativas...
Boa parte da minha vida, passei na base da ansiedade, esperando as coisas acontecerem, planejando, contando dias e o que é pior, dependendo de outras pessoas para a execução do "plano perfeito".
Agora me pergunto, valeu a pena?
Sinceramente, creio que não. As coisas nunca saem como planejadas.As pessoas nem sempre continuam na sua vida. Então de que adianta criar expectativas? Para mim, só trouxe quilos a mais e gastrites atacadas...rs.
Não tem coisa melhor que "curtir" cada momento. "Curtir" o seu momento. É bem aquela frase piegas: "Viver um dia de cada vez", assim não há frustrações e muito menos decepções, cada acontecimento vai sendo como um presente, quem não gosta de ganhar presentes?
Digo isso porque estou aprendendo a sentir a brisa da manhã e não saber o que vai ser da tarde, dizer que para chegar amanhã ainda tem o dia de hoje inteiro.
Não que eu não faça planos, ou não saiba o que quero ser da minha vida, mas não vou ficar contando passos, vou caminhando para chegar aos meus objetivos, é muito mais prazeroso e com menos mágoas.
Quer um exemplo pessoal? Quando tinha 14 anos queria ir para o Rio de Janeiro, quando tinha 19, ir para o Rio de Janeiro? Jamais! Agora com 22? Estou em Londrina. Quando iria imaginar morar tão longe de casa? Quando me formar? Não sei, sei que agora estou aqui escrevendo, amanhã? Deixa vir!
Planos demais é sinônimo de preocupações demais!
Obrigada, mas preocupações eu quero longe!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Deixa a Angélica falar sobre inteligência.

Ser inteligente não é ter estudo. Conheço muitas pessoas que são inteligentíssimas e infelizmente não tiveram a oportunidade de cursar um ensino superior ou mesmo terminar o colegial, de antemão, vejo ao meu redor inúmeros universitários que de inteligente, não tem nada!
Mas não estou aqui para escrever sobre isso, estou para escrever sobre as pessoas mais interessantes que conheço, as pessoas inteligentes.
Aquelas que sabem se portar, falar, escrever, conversar, expressar-se. Gosto muito mais de pessoas inteligentes.
Busco manter em meu círculo de convivência pessoas que me acrescentam algo, não acho que pessoas superficiais possam me dar algo útil e para mim, pessoas superficiais de inteligentes não tem nada.
Ser superficial inclui olhar o que a pessoa ao lado está vestindo, quais coisas materiais ostenta, qual seu círculo social, se está em forma física impecável...
Para mim pessoas inteligentes dão valor a um abraço, a um amigo, a uma leitura, a cheiros, momentos, família, a uma boa conversa...
Sabe quando aquele amigo te liga e diz que está com saudade? Que quer apenas ter sua presença por poucos minutos que seja? Isso é ser inteligente, pois aquela pessoa preza uma riqueza verdadeira, o valor de uma amizade e ainda fazem o dia do amigo mais feliz, aliás hoje fui muito feliz.
Gosto de conversar, qualquer assunto que seja, com pessoas sábias, porque elas me mostram o quanto temos a aprender uns com os outros.
E encerro afirmando inexoravelmente que gosto de pessoas inteligentes, pois elas chegam mais longe na vida e nunca estarão sozinhas.
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Gostaria de agradecer as pessoas que encontro e contam que estão lendo essas besteiras que coloco aqui. Vocês não sabem o quanto me fazem feliz. Amigos que nunca imaginei que leriam esse singelo blog e me cobram posts novos.
Obrigada, obrigada e obrigada...vocês reforçam ainda mais minha vontade de escrever.
Beijos!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Deixa a Angélica falar sobre indecisão.


A vida é feita de escolhas. Frasezinha clichê, não?
Acreditar em destino, eu não acredito. Então é claro que somos nós quem construímos nossas vidas.
Nossa Angélica, você está tão incerta de suas escolhas assim?
Hoje me deparei com uma situação que não me tomava fazia algum tempo.
Eu não quero voltar para minha terra vermelha, quero ficar perto do meu mar.
São dois lugares que me fazem bem, são dois lugares que me enchem de alegrias e de tristezas também, mas são dois lugares meus.
Lá eu aprendi a ser adulta(ou nem tão adulta assim), sou estudante, sou eu quem administro minhas contas, minha comida, meus deveres... Aqui sou Angélica filha, sobrinha, prima, madrinha, sem preocupações, sem deveres...aqui eu tenho colo.
Falando disso com um amigo, ele "brigou" comigo, falando para "parar de frescura e ir embora porque tenho que estudar". Concordo com ele, com certeza! Mas ele não sabe o "aperto no peito" que me dá ter que deixar minha mãe chorando e saber que quando voltar pra terra dos estudos eu não vou ter a certeza de quando vou voltar a ser a "Angélica do mar"(ok, nome de novela mexicana, mas vocês entenderam, certo?).
Outra coisa, aqui pessoas precisam de mim. Precisam do meu bom dia, do meu cuidado, do meu amor, da minha simples presença...lá sou mais uma que vai e vem todo tempo, para todos os lugares...
É tudo uma questão de identidade. Vou ter que me preparar melhor para assumir a identidade que tenho quando estou lá.
Por enquanto, aproveito a identidade daqui e sigo mais calma, pois a minha decisão, de cuidar de quem está aqui, está tomada.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Deixa a Angélica falar de pessoas.

Creio que as pessoas são más. E não faço essa afirmação querendo sair ilesa dela, também sou má.
Não porque queremos ser más, mas noso instinto é tão cruel que quando agimos sem pensar acabamos ferindo. Agora imagina quando agimos na intenção de magoar?
Já ouviram dizer que palavras doem mais que qualquer tapa na cara?
Por isso que o melhor a se fazer quando o "sangue sobe" é ficar calado e simplesmente ignorar. Ignorar é a melhor arma para quem quer ferir de verdade.
O orgulho é um dos sentimentos que mais motiva o ser humano, seja negativa ou positivamente.
Sabe quando a pessoa leva um "fora" e sai falando mal pra quem quer e quem não quer ouvir, o que motiva essa pessoa? Orgulho, claro! E digo mais "orgulho ferido", mas não sabe que muitas vezes está sendo cruel consigo mesmo, porque agir dessa maneira acaba "tocando em sua própria ferida".
Eu, particularmente, prefiro deixar que o "tempo dê seu jeito" a procurar meios de sanar esse meu "orgulho machucado".
Fazemos de tudo para sempre sair bem de qualquer situação que nos envolvemos. Mas é claro, quem quer sofrer ou "ficar por baixo"?
Por isso continuo afirmando que somos ruins, usamos de inúmeros meios para conseguir chegar onde queremos. Alguns usam da capacidade, outros usam pessoas...
Mas acho que esse assunto é muito abrangente e ainda não estou preparada para discutir sobre isso.
Quero só entender por que as pessoas acabam se machucando mais ainda para conseguir seu orgulho de volta...
Acho que maturidade tem bastante haver com isso. Pessoas maduras sabem se controlar e saber recuperar aquilo que lhe foi tirado, outras infelizmente tem que aprender com o tempo.
Maturidade, ou você tem, ou não.
Tendo a capacidade de afirmar que somos ruins, podemos observar nossos próprios comportamentos e agir de forma a procurar nos beneficiar sem magoar as pessoas à sua volta.
Como ouvi uma amiga minha falar: "Dor é inevitável, sofrimento é opcional", se podemos não sofrer, por que então tentar usar, denegrir a outra pessoa sendo que isso é uma maneira de mexer na própria dor?
Fica aqui algo para pensarmos juntos...para que agir assim?

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Deixa a Angélica falar de música.

Hoje me vi feliz.
Felicidade que veio do nada, pura e simples felicidade.
Me dei conta que estava com meu violão em mãos e cada nota que saia dele me fazia feliz.
Como pode coisa tão simples trazer felicidade?
Devo concluir que preciso disso mais vezes, visto que por vezes fiquei triste ou aborrecida e nada me fazia sorrir.
A música me faz sorrir, me relaxa, me conforta.
E se para cada momento nosso há uma música, por que então vivemos sem ela?
Deixamos de lado o prazer de ouvir uma boa e velha música, por mais que não tenha letra, por mais que seja um simples violão...
Às vezes ficar sozinho nos faz descobrir esses prazeres que não são ensinados.
Ninguém te indica aumentar o volume quando toca aquela música que tanto gosta, mas quando você o faz aprende que aquilo te traz paz, conforto, alegria, sossego...
Gosto de pensar que a música é necessária para o meu viver.
É por isso que canto...canto para me fazer feliz.
Silêncio e violão...a combinação perfeita para apreciar uma boa música.
Falando em combinação perfeita, vou voltar para a minha...
E se um bom conselho posso dar a alguém é "musicar", verbo delicioso!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Deixa a Angélica falar de amizade.

Poucas pessoas conseguem me comover tanto quanto meus verdadeiros amigos.
Por eles eu sou capaz de mover o mundo.
Amizade não é aquela que você encontra em uma mesa de bar, amizade é aquela que você constrói e que assim como qualquer relacionamento tem limites,fúrias, tristezas, alegrias...
Não troco amizade por paixão, não não mesmo!
Paixões vem e vão, são como água de rio, passam rapidamente.
Amizade não, amizade é queda de cachoeira, sempre na mesma direção, firme, forte.
Sou grata por cada amigo que tenho!
Sou grata pelo bem que me fazem.
Pobre não é aquele que não possui bens materiais, mas aquele que não possui amigos.
Visto por esse ângulo, sou rica! Rica de felicidade, aprendizados, brincadeiras, rica de verdade, rica pelos amigos que tenho!
Pode chover, fazer sol, estarei sempre ao lado deles.
Meus amigos me fazem ser mais eu.
Cada um me completa de uma maneira.
E é para vocês que dedico esse post.
Obrigada por cada dia me fazerem ser mais Angélica.

sábado, 24 de julho de 2010

Deixa a Angélica falar de amor.

Todo mundo espera um amor.
É com base nessa afirmação que muitas pessoas dão rumo a vida.
Eu, como não poderia ser diferente, também passei muito tempo da minha breve vida achando que o "certo" seria encontrar "um grande amor", aquele que fizesse meu coração "bater rápido e devagar ao mesmo tempo", que me tirasse o fôlego, que me fizesse feliz...
Besteira!
Isso é ilusão. Pura e medíocre ilusão.
E não digo isso por ter levado "um pé na bunda", ao contrário, por ver que perfeição e sentimentos perfeitos só existem no cinema.
Amor, da maneira que é pregado em novelas, filmes, é uma coisa tão utópica que quando se baseia sua vivência nele, passa a sofrer mais do que quando aceitamos que pessoas são passíveis de erro e em algum momento irão te fazer chorar.
Banalizou-se o amor de tal maneira, que hoje amamos a qualquer um, por qualquer motivo, o tempo todo.
Creio que no fundo, não sabemos o que é amar.
Amor não é se iludir, achar que vivemos num conto de fadas, amor é aceitação, é superação...podemos incluir aí o amor próprio.
Outra coisa que creio também é que sem amor próprio não há a construção de um relacionamento, qualquer que seja.
Amar não é pobremente dizer que se ama, mas mostrar em pequenos gestos o quão importante a pessoa é em sua vida. O quão importante você é na vida.
Simples gestos demonstram amor, "bom dia", "muito obrigada", "por favor"...
Por isso volto a dizer que o amor é utópico. Esquecemos das coisas simples que cerceiam um relacionamento e queremos dizer que amamos?
Não, não amamos. Nos enganamos.
A partir do momento que dermos valor a nós e as pessoas que nos importam realmente, amaremos.
Pedir desculpas, sentir saudade, desejar boas coisas, gentileza, cuidados, isso é amor.
Não essa "coisa" que nos "cospem" e queremos acreditar.
As pessoas que mais disseram que me amavam, foram as que mais me magoaram.
Elas se preocuparam mais em enfatizar a frase "Eu te amo" a realmente amar.
Amor não é uma coisa, um sentimento, um ato, uma frase, mas sim uma junção de coisas boas e ruins.
Tudo que vem do homem não é perfeito.
Amor, portanto não é perfeito!
Você vai basear sua vida numa imperfeição?

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Deixa a Angélica falar...


Dizer o que pensa é muitas vezes uma tarefa árdua para uma pessoa em um meio social.
Às vezes aquilo que pensamos, fere outras pessoas, então guardamos nossas opiniões em meio a 7 chaves.
Como já dizia Sartre: "O inferno são os outros", e (in)felizmente esse inferno nos rodeia. O homem é um ser social.
Sendo esse ser social, as pessoas não deveriam aceitar o que as outras pessoas pensam?
Essa é a lógica, porém há aí muito mais coisas que cerceiam essa relação.
E por que um blog dona Angélica Duarte?
Simples, quero apenas falar o que penso, sem necessariamente pensar se vão ler ou não, se irão gostar ou não. Escrever pelo simples prazer da expressão, pelo simples prazer de destrancar esses sentimentos, achismos, pré-conceitos, descobertas, desilusões...essas coisas que fazem parte do meu dia-a-dia.
E como boa estudante de Psicologia que sou, tenho zilhares de coisas vagando pela minha cabecinha, que de oca não tem nada.
Numa madrugada, resolvo criar um espaço virtual para publicar tudo que me vem de interessante.
Por enquanto, me contento em apenas justificar a criação desse blog.
Não será um diário de uma menina, muito menos um espaço para denegrir a imagem de ninguém (que não seja a minha própria imagem, é claro!), apenas um "desabafo".
Deixa a Angélica falar, e verão que o que penso, pode ser o que pensa também.