sábado, 12 de fevereiro de 2011

Pontuação.


A menina dos gostos costumeiros caminha pela praia olhando o mar, não enxergando a paisagem. Parece tão distraída. Parece que viaja nos pensamentos. Parece que se perde na imensidão do mar.
Ninguém consegue identificar o por que daquele ponto de interrogação que não permite que aprecie as ondas, como elas merecem ser apreciadas.
Pra falar a verdade, nem a própria dona da história, entende os diversos pontos que rondam sua cabeça. Pontos de interrogação, de exclamação, vírgulas, pontos finais...
Sentada na areia começa a analisar o texto da sua vida. Vê que muita coisa foi escrita certa, vê que muita coisa ainda não terminou, que muitas vírgulas estão ocupando lugares de pontos finais, vê que muitos pontos finais ainda escondem a interrogação, todavia acha o texto que lê muito bonito, apesar da confusão gerada pela pontuação.
História que não pode ser reeditada, mas pode ser lida, relida e decorada.
Prazer na leitura, prazer em ver que tudo que está ali gravado foi de fato o melhor a ser escrito na época e vai continuar sendo.
Em um suspiro resolve fechar o livro e dar um mergulho no mar.
O mar que sempre foi seu amigo finalmente vai fazer a sua melhor função: Lavar a alma da menina pensativa e fazê-la esquecer os pontos de interrogação que não a faziam ver o quão bonito estava o mar naquele fim de tarde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário